Durante a sessão ordinária desta terça-feira, 25, na Assembleia Legislativa de Alagoas, o debate sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a acirrar os ânimos entre os parlamentares. As falas foram marcadas por defesa do ex-presidente por parte de Cabo Bebeto (PL), contraponto imediato de Ronaldo Medeiros (PT) — mas quem deu o tom final da discussão foi o presidente da Casa, Marcelo Victor (MDB), que buscou reduzir a tensão e chamou atenção para os riscos da radicalização.

Victor, encerrar o tema com uma fala que se diferenciou pela postura conciliadora. Sem aderir a qualquer dos lados, Victor afirmou que o episódio representa “uma ferida na democracia brasileira” e ressaltou que o momento exige maturidade institucional. “É um dia que não há nada a comemorar. É uma cicatriz na democracia do Brasil, independente da perspectiva. Agora é seguir em frente, tentando diminuir estas diferenças”, declarou Marcelo Victor, ao pedir distensionamento político e encerramento do debate na sessão.

Embate

Cabo Bebeto afirmou que Bolsonaro é vítima de um "julgamento falso" e chegou a classificá-lo como “preso político”. Para o parlamentar, o ex-presidente, condenado a 27 anos pela tentativa de golpe de Estado, estaria sendo perseguido pelo que chamou de “ditadura moderna”, que uniria Executivo e Judiciário contra opositores. “Ele é o maior líder político da história, condenado por não se render ao sistema”, declarou Bebeto, reforçando elogios ao ex-presidente e críticas à Justiça.

O discurso provocou reação imediata de Ronaldo Medeiros (PT), que fez questão de defender o processo judicial como legítimo e essencial para a proteção do regime democrático. “Hoje é um dia importante. É o dia em que a justiça está sendo feita”, afirmou. O deputado listou ações de Bolsonaro que, segundo ele, justificam a condenação, como gestão da pandemia, condutas antidemocráticas e tentativa de fuga.